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Querida prima. Hoje cortei um dedo ao pequeno almoço. Logo pela manhã a passar manteiga nas torradas a faca afiada veio beijar-me com suavidade a pele e sangrei desalmadamente. Fiz um curativo, acabei o jejum e dirigi-me à janela que dá para o quintal. Lá em baixo passava um pastor e o rebanho. O pastor acenou-me. Sou dele conhecido, costumamos conversar na rua quando nos cruzamos entre as cabras que guarda. Dei sem grande história uma volta pelas redondezas. Do campo vê-se um vale e apetece ir mais longe, mas a chuva que tem caído com abundância não me encorajou. A humidade destes dias desagrada-me. Voltei a casa e pintei um jacinto antes da hora do almoço.

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