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Há coisas do existir que sabem a nada. Outras que explodem em partículas e que nunca mais se podem voltar a ver como eram. Há ganchos por aí, e pentes para cabelos ermos. Bigornas, gruas gigantescas, e armazéns de ferro velho. Para variados fins e usos indeterminados, máquinas de todas as cores. Há coisas do existir em todo o lado. Livros descrevem-nas, uns melhor que outros. Bibliotecas inteiras repletas de coisas que sabemos existir. Delas, muitas, reconhecemos o nosso interesse na forma que têm. Nada interessa tanto como tudo o que há, e mesmo aquilo que não existe, tem reconhecido mérito. Serão as formas de existir o elemento único da visibilidade?

Perguntaram-me a que horas passava o autocarro. Respondi que não os há por aqui. Anda-se a pé.

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