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Princípio e substância.
Quantas vezes serei capaz de dizer o mesmo quadro de cor?
A imagem é um facto artístico. Enquanto lugar de visibilidade considero-a mesmo o elemento reflexivo do mundo.
Um princípio é uma preposição de onde deriva o conhecimento para outras preposições que enumeram factos a partir dos quais se consideram outros factos. O princípio que detém esta extensa série de pintura, expressa-se na ideia de um processo de evolução ontológica.
Neste conjunto de pinturas integro os valores do património das sociedades, assimilados na permanência do acto de fazer que os abstractiza e caricaturiza. As figuras pintadas apresentam sempre um determinado grau de pureza e de autenticidade e servem a representação pictórica e, consequentemente, a imaginação.
Apresento uma espécie de viagem que denuncia os modos, as experiências, as convicções, as convenções e os dogmas das chamadas belas-artes, é certo; mas a evidência das representações dos meus objectos (identificáveis monstros e outras quiméricas efabulações), no seu significado simbólico são a medida da reprodução da memória e dos sentidos. Denunciam nas formas, na ilusão, na ironia e na inquietude, reverberações visuais e substâncias sem nome.
A confluência aqui produzida constitui um momento decididamente pessoal de expressão artística, que amplia a realidade visível, a capacidade de simulação e de encarnação, traduzidas num certo figurativismo que pertence por inteiro à pintura.
Vou estar no Módulo, Centro Difusor de Arte, em Lisboa, na Calçada dos Mestres, n.º 34 A, a partir de dia 11 de Setembro de 2010.
Estão convidados a ir ver.

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