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As minhas mãos enterradas no meloal entoaram canções que te fizeram rir até aos pontinhos que animavam a orografia do algodão que te cobria o peito. A madrugada serena tinha-se aproximado do meu sono e mimara-o como há muito tempo não o fazia. És tu outra vez na forma do teu lindíssimo par de mamas, perguntei? És tu outra vez não és, repeti? Sabias àquela hora do dia à romã da fruta, ao melão da horta, às ervas doces do mundo bizalho. Eras tu como sempre. E sei que eras tu pela forma a que sabias, como te tomei no meu gosto. Eu sei ao que sabes, (pelo menos acho que sei). Sei ao que sabem os tons da tua pele quando a lambo para dentro de mim. Eras tu, pronto! E agora sou eu, novamente como o gato arisco que sempre conheceste a escrever, a escrever como que a empurrar as palavras para longe da minha boca que às vezes é uma folha de papel. E fiquei assim a passear a minha distracção no olhar octogonal enquanto tu bebias o café da manhã.

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