71 (Seventy one)



Apresto-me ao teu corpo com o corpo guardado nas mãos como uma concha de ver o mar. Apresto-me a isso e vou muito leve na direcção daquele horizonte azulado. Um suspiro transparente é o resultado do teu sono ao meu lado, uma viragem na noite, uma sinfonia galopante, uma luta de esgrima cristalina, uma rasgada melodia que me fazes cantar. Uma dor nas costas é o sentido da realidade a chamar por mim. Maçãs é tudo o que posso comer se sou uma concha nas mãos deste mar. E depois, dias iguais, dias iguais às palavras do meu livro.

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