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És como a paisagem daquele país que um dia vimos sob o calor que lá se sentia. Os corvos de vinhos e as rochas ressequidas esperavam que tu e eu lhes oferecêssemos a água que guardámos esse tempo todo na nossa boca. De nadar noutros oceanos enchemos a boca com água do mar salgado e assim ficámos em silêncio para não entornar a sede. Bebi a tua água em beijos de madrugada que sabiam a queijo, e sem dares conta
voltámos ao nosso terraço depois de enfiarmos nos pés uns sapatos novos que comprámos. Abrasada como sempre já podias falar outra vez. E foi o que fizeste. E eu ouvi tudo como se me entrasse a flor verão pelo corpo adentro.

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