vinte (twenty)




Já cá não estarás quando eu me voltar a sentar nos montes de Urano para ver passar os cometas. Espero que partas bem, assim como quero que saibas que estaremos aqui prontos para te voltar a receber na nossa memória, como gostamos de receber todos os outros que nos visitam na memória. E é por isso que sei que sabes que também caminhamos para o infinito. O meu maior receio está vencido, pois também eu dei profundidade ao teu infinito. Já cá não estarás um dia que será um dia breve. Estarás lá onde o infinito tem relação com tudo o que desconheço. Talvez seja um absoluto muito parecido com o negrume do céu de Urano onde me sento para ver passar as estrelas esvoaçantes. Um dia estaremos todos juntos no quintal da tua casa e será um fim de dia de Verão. Talvez nos encontremos na memória de outros que como nós vieram do infinito para se misturarem no pó dos dias. Ah, é verdade, se quando chegares encontrares a minha mãe por lá, diz-lhe que o pequeno marinheiro tem um ar do seu sorriso. Até sempre.

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