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("Djin-Djin. Quando roubaram o coração ao Cabeça de Ovo caíu do céu uma chuva dourada". Da série Ararararax. Acrílico sobre tela, 2005)

Como sabia que vinhas preparei o teu lugar junto dos outros. Comprei duas buchas para a broca número oito, nivelei os traços e furei. Apertei dois parafusos enquanto mordia a língua no lugar dos buracos e esperei que chegasses. Por fim, já em casa, depois de todos os salamaleques e sorrisos de quem vê chegar quem esteve longe durante muito tempo, pendurei o "Cabeça de Ovo" mesmo ao lado da "Tintoretta". Aqui estás, novamente, cansado e exausto de estar escondido, mas penso que feliz. Não te preocupes com mais nada, deixa rolar o fio do mundo pelo teu corpo. Olha, a Lima ainda dá frutos amarelos, e no terraço existem novidades sem conta de que amanhã te porei a par.

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