Cinco (Five)

Sei cá bem ao que venho. Sei muito bem. Levo a cabeça num pensar de sonho enquanto rodopio o meu pé na terra seca que o Verão deu em queimar. É como se fosse um limite sobre outro limite. Sei cá bem ao que venho, por isso vou traçar uma circunferência em forma de sola de poesia e fazer circular a minha ideia na coisa que estou a desenhar na terra. É tudo por causa dos preconceitos. Faço, assim, um círculo no pó da terra. Está quase, agora é só juntar a extremidade do risco que o calcanhar linear traz atrás de si ao outro risco que descansa. E quando tudo se finar na sua forma espero ver o vento a soprar sobre cama da terra o pó aos olhos, do chão ao ar, um círculo de pó no ar. Posso pelo menos acrescentar que algumas coisas deste tempo merecem outra leitura, menos enfadonha e um pouco mais ridícula. A ser arte é aquilo que é, senão é nada. Bom, vou para sul a enganar as botas de borracha que andam pelo seu pé porque este ano foi diferente em tudo. Vou para Sul mais um nada de tempo a ver o que existe desse lado de lá. Mando postais de quando em quando, pela hora da fresca.

Comentários

Mensagens populares